Notificação de eventos adversos

A notificação de eventos adversos do paciente é um pilar fundamental da segurança do paciente e da gestão de qualidade no home care. Um evento adverso (EA) é qualquer incidente inesperado que resulte em dano ao paciente, e a sua notificação é essencial para a aprendizagem organizacional, a implementação de medidas preventivas e a melhoria contínua dos processos de cuidado. No ambiente domiciliar, a vigilância e o registro proativo desses eventos são cruciais.

Tipos Comuns de Eventos Adversos em Home Care

O home care apresenta riscos específicos que podem levar a diversos tipos de EAs. A notificação deve abranger, mas não se limitar a:

• Quedas: Um dos eventos mais comuns e graves, frequentemente relacionado a fatores de risco intrínsecos (mobilidade reduzida, uso de medicamentos sedativos) e extrínsecos (ambiente desorganizado, tapetes soltos, iluminação inadequada).
• Fraturas: Consequência direta de quedas ou outras traumas, que exige intervenção médica imediata e reavaliação do plano de cuidados.
• Flebite/Infiltração: Inflamação da veia ou extravasamento de medicamentos/fluidos para o tecido circundante devido a problemas com o acesso venoso periférico, um evento comum em terapias intravenosas domiciliares.
• Lesões por Pressão (LPP): Desenvolvimento ou piora de úlceras de pressão, indicando falhas na prevenção e manejo de tecidos.
• Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS): Infecções em cateteres, sondas ou locais cirúrgicos.
• Erros de Medicação: Administração de doses erradas, medicamentos incorretos ou em horários inadequados.
• Extubação/Deslocamento de Dispositivos: Saída acidental de sondas enterais, cateteres ou cânulas de traqueostomia.

Processo de Notificação e Importância

A notificação deve ser realizada imediatamente após a ocorrência ou identificação do evento, utilizando os canais ou formulários internos da empresa de home care.

1. Registro Imediato: O profissional (enfermeiro, técnico, fisioterapeuta, cuidador) que presenciou ou identificou o EA deve registrá-lo, descrevendo detalhadamente o ocorrido, as ações tomadas e o estado atual do paciente.
2. Análise e Investigação: A equipe de gestão de qualidade e segurança do paciente analisa o evento, não com o objetivo de punir o profissional, mas sim de entender a causa raiz do problema (cultura de segurança não punitiva).
3. Implementação de Ações Corretivas: A partir da análise, são desenvolvidos planos de ação para prevenir a reincidência do evento.

A notificação de eventos adversos transforma um incidente negativo em uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento do sistema de cuidado, garantindo um ambiente domiciliar mais seguro para o paciente.