A Infecção do Trato Urinário (ITU) associada ao uso de dispositivos urinários é uma das complicações mais frequentes em ambientes hospitalares e pode prolongar a internação, aumentar custos e gerar risco significativo ao paciente. Por isso, o manejo correto de sondas vesicais, coletores e cateteres é uma prática essencial da assistência segura.
1. Indicação adequada e avaliação contínua da necessidade
A principal estratégia para prevenir ITU é evitar o uso desnecessário de dispositivos urinários. Sempre que possível, deve-se optar por alternativas como medidas comportamentais, esvaziamento espontâneo ou sondagem intermitente. Quando a sondagem contínua é necessária, a equipe deve registrar a indicação e reavaliar diariamente a possibilidade de retirada.
2. Técnica asséptica na inserção do cateter
A inserção de sondas deve ser realizada com técnica estéril, utilizando:
- Higienização rigorosa das mãos antes e após o procedimento.
- Campo estéril e solução antisséptica para higiene do meato uretral.
- Lubrificante estéril para reduzir trauma.
- Material descartável de uso único.
A manipulação inadequada durante a inserção é um dos principais fatores de risco para ITU.
3. Fixação e posicionamento correto do sistema
Após a sondagem, é fundamental garantir:
- Fixação adequada da sonda para evitar tração e microlesões uretrais.
- Posicionamento do sistema coletor abaixo do nível da bexiga, prevenindo refluxo de urina.
- Evitar dobras, compressões ou desconexões desnecessárias da tubulação.
Um sistema bem posicionado reduz o risco de contaminação e melhora o conforto do paciente.
4. Manutenção do sistema fechado
A manutenção do sistema de drenagem fechado é um dos pilares da prevenção de ITU. Isso inclui:
- Evitar abrir o circuito sem necessidade.
- Trocar o coletor apenas quando houver indicação (contaminação, dano, mau funcionamento).
- Utilizar técnicas assépticas em qualquer desconexão inevitável.
A quebra do sistema fechado aumenta consideravelmente a chance de contaminação.
5. Higiene e cuidados com o meato uretral
A higiene do meato deve ser:
- Realizada diariamente com água e sabão.
- Reforçada sempre que houver sujidade, secreção ou incontinência fecal.
- Realizada sem o uso de soluções irritantes ou antibióticos tópicos, que não são recomendados.
A higiene adequada reduz microrganismos na região e previne colonização.
6. Esvaziamento do coletor com técnica limpa
Para esvaziar o coletor:
- Higienizar as mãos antes e após o procedimento.
- Utilizar recipiente individual e de fácil desinfecção.
- Evitar contato da válvula com o recipiente.
- Manter o coletor sempre fechado e limpo.
Essa prática impede a contaminação cruzada.
7. Monitoramento contínuo do volume e aspecto da urina
A equipe deve observar:
- Cor, odor e presença de sedimentos.
- Volume diário e sinais de obstrução.
- Sintomas relacionados, como febre, dor suprapúbica ou desconforto.
Alterações devem ser comunicadas imediatamente, favorecendo ação precoce.
8. Educação da equipe, pacientes e familiares
Treinamentos periódicos garantem:
- Padronização das técnicas assistenciais.
- Redução de erros comuns.
- Orientação ao paciente sobre cuidados básicos, importância da higiene e alerta para sinais de infecção.
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